Desempenho das ações de ISPs que realizaram IPO na bolsa de valores em 2021
O setor de telecomunicações no Brasil está se expandindo, impulsionado pelo aumento da demanda por serviços de lazer, como streaming e jogos online, que requerem mais dados e melhor conexão. Três empresas de provedores de internet (ISPs) abriram capital na bolsa de valores brasileira em 2022, buscando capital para expandir suas operações. Os ISPs regionais têm a maior participação de mercado, com mais de 49%, devido ao crescimento das regiões afastadas dos grandes centros urbanos. No entanto, desde a abertura de capital, as ações das empresas têm sofrido queda significativa, embora os fundamentos financeiros se mantenham sólidos.
Nos últimos anos, vimos uma crescente demanda pelos serviços de telecomunicações, os quais se tornaram cada vez mais essenciais para a economia global.
Podemos dizer que a telecomunicação se iniciou com a invenção do telégrafo no século XIX, o qual posteriormente se desenvolveu da telefonia fixa para a móvel e depois para a banda larga e demais serviços de internet
Durante os anos 90, houve uma grande liberalização do setor de telecomunicações, permitindo a entrada de novas empresas e incentivando a concorrência. Essa mudança resultou em preços mais baixos para os consumidores e um aumento no acesso aos serviços de telecomunicações em todo o mundo.
Atualmente, o mercado de telecomunicações está passando por várias mudanças significativas. Uma das principais tendências é a convergência de serviços, onde as empresas estão oferecendo pacotes de serviços de telecomunicações integrados, incluindo voz, dados, televisão, serviços de streaming e serviços educacionais, buscando fidelizar seus clientes ao atender suas demandas e assim se diferenciando dos concorrentes.
Além disso, a evolução das tecnologias de comunicação sem fio, como o 5G, está criando novas oportunidades para as empresas de telecomunicações, permitindo a expansão da Internet das Coisas (IoT) e a criação de novos serviços, como realidade virtual e aumentada.
Outra tendência importante é a crescente demanda por serviços de nuvem, que estão se tornando cada vez mais populares entre empresas e consumidores. Isso está levando as empresas de telecomunicações a investir em infraestrutura de nuvem e serviços de armazenamento em nuvem para atender a essa demanda crescente.
Apesar das oportunidades no mercado de telecomunicações, há vários desafios que as empresas do setor enfrentam. Um dos principais desafios é a crescente concorrência, com novas empresas entrando no mercado e os players existentes ampliando suas ofertas.
Outro desafio é a regulação, com governos em todo o mundo impondo restrições à privacidade dos dados e à segurança cibernética. Isso está levando as empresas de telecomunicações a investir em tecnologias de segurança cibernética e a cumprir regulamentações mais rigorosas.
Além disso, as empresas de telecomunicações enfrentam a pressão de oferecer serviços mais rápidos e mais baratos, ao mesmo tempo em que investem em novas tecnologias para se manterem competitivas.
No Brasil, o mercado de telecomunicações está em expansão constante, com mais de 7 mil provedores registrado na Anatel, sendo que apenas cerca de 6% possuem mais do que 5 mil clientes. O que nos mostra que ainda há espaço para ser explorado nesse mercado, apesar do recente crescimento.
Essa evolução do setor é gerada por diversos motivos, apresentando destaque para a migração de serviços antes presenciais, agora efetuados de maneira remota. Além disso, parte desses fatores é oriundo da substituição de tecnologia considerada obsoleta.
Fonte: elaborado com base em dados retirados da Anatel
Da mesma forma que o setor de serviços online cresceu, a área de atuação voltada para lazer, também expressou valorização na demanda. Representados por streaming jogos, esses serviços exigem uma conexão cada vez melhor e um volume maior de dados
Em 2022, três empresas do setor abriram capital no mercado de ações brasileiro, demostrando a crescente busca por consolidação na área de telecomunicação. Junto a essa estabilização, surgem grandes oportunidades para os ISPs, a medida que o portfólio de clientes e receitas apresentam uma forma atrativa das grandes companhias expandirem sua rede. Além disso, os provedores regionais detêm a maior fatia de mercado, com uma participação superior a 49 %.
Esse alto valor, deve-se ao crescimento das regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, as quais, na maioria das vezes, são atendidas por empresas menores, justificando as Big Telcos terem sido ultrapassadas pelas competitivas em relação ao market share.
Fonte: Anatel e Teleco
Em julho de 2021, três ISPs decidiram abrir capital na bolsa de valores brasileira, conhecida como Bovespa, uma do interior de São Paulo (Desktop), outra do sul do país (Unifique) e uma do Nordeste (Brisanet), cada uma vinha se destacando em sua região e para continuarem a expandir precisavam de acesso a capital de outros, e com isso resolveram acessar recursos por meio do mercado de capitais.
Fonte: https://br.tradingview.com/
Desde então o mercado de ações tem sido severo com elas, no caso da Brisanet (BRIT3) a ação já desvalorizou mais de 80% do seu preço de IPO, enquanto a Unifique (FIQE3) empresa que menos sofreu entre elas, apresenta uma desvalorização de 58%.
Elaborado em: 09/05/2023
Os fundamentos das empresas se mantem, elas são rentáveis, apresentam constantes resultados financeiros positivos e constante crescimento, a seguir trazemos a comparação entre a margem EBITDA de cada empresa e sua cotação na B3.
Desktop:
Fonte: https://br.tradingview.com/
Unifique:
Fonte: https://br.tradingview.com/
Brisanet:
Fonte: https://br.tradingview.com/
Como podemos ver, nos 3 casos as margens EBITDA das empresas melhoraram ou se mantiveram com o passar do tempo, indicando que apesar das aquisições realizadas pelas empresas, elas conseguiram manter sua eficiência e estão prontas para captar as sinergias das adquiridas.
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